Um absurdo não poder encontrar O calor de um abraço O teu colo, um aconchego A minha infância, Um sorriso Oh, Mãe Sentir-te e não te ver Amar-te e não te beijar Uma penitência De te ter desmerecido
A ideia de escrever sobre o velho comunista já tem algum tempo. Nasceu numa viagem que fiz à festa do “Avante!”. Durante algum tempo servi de motorista a dois velhos comunistas, já algo cansados, que não tinham capacidade para ir “à Festa”, como eles dizem, sozinhos. Ir à “Festa do Avante!”, eu que sou assumidamente de direita, não me preocupa. É um local aprazível, de convívio, com iniciativas interessantes e outras nem por isso. Encontro pessoas de uma área política nos antípodas da minha, algumas que se tornaram minhas amigas, que me respeitam, com algum paternalismo. E diga-se, em abono da verdade, que não tenho que esconder os meus pensamentos liberais! Numa dessas viagens fiquei fascinado pela história de vida do velho comunista. Após um início de conversa de surdos, em que eu afirmava que aquela cor era preta e o velho comunista afirmava que aquela cor era branca, rapidamente me apercebi que a conversa não levava a lado nenhum e que estaria a perder uma oportun...
Oh, Mãe, que feliz eu estou! Tu hoje fazes anos. Como é bom estares comigo, ainda ontem vieste ao meu quarto, dar-me um beijo, preocupares-te comigo, amparares-me no teu regaço. Eu? continuo a montar o cavalo de pau que me ofereceste e a conduzir o carro telecomandado que eu tanto queria e a Amar-te Incondicionalmente. “… Fosse eu rei do mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho. – Carlos Drummond de Andrade, em “Lição de coisas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2012."
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