A angústia de um marido casado com uma Professora

Confesso-te que nos anos anteriores me divertia a ver a tua preocupação com o início do ano letivo.

Recordo que ainda o ano letivo anterior não tinha acabado e já estavas a preparar o seguinte. Lá pelos finais de julho encontrávamos-te, pensativa, a olhar para o teu escritório, a ver que volta lhe havias de dar para que a tua inspiração fluísse da melhor forma. Quando ouvia “João, estou a pensar….” só me apetecia fugir sorrateiramente, mas lá vinha uma secretária para eu arrastar.




Agosto dentro já te preocupavas com a preparação de materiais novos. Que raio, dizíamos nós, todos os anos dás as mesmas matérias, mas todos os anos fazes materiais novos!

No início de setembro o problema era o horário escolar que recebias, com “furos” no meio e que tu tentavas melhorar. Depois vinha o pedagógico, a coordenação, enfim, uma infinidade de problemas (e de soluções) que tu inventavas.

Mas tudo isto me divertia. A sério!

Este ano não.

Estou angustiado por causa de um vírus que insiste em avisar-nos para termos cuidado e pelo receio que tenho que ele te queira fazer mal.

Ser professor sempre foi uma profissão de risco. Agora ainda é mais.

Cuida-te, por favor. Olha que me fazes muita falta!

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